sexta-feira, 27 de agosto de 2010

À minha avó.

Quem vive de memórias e histórias passa o tempo no pretérito.
E a realidade obtusa, do momento inconstante e incredulamente hostil, faz pensar no pesar do momento em que os queridos sofrem.
A impotência maior não é no aceite da verdade absoluta de todo ser vivente, mas na incompetência em convalescer aqueles que ficaram.
A mente ferve em pensamentos incongruentes: Não há lógica.
A roda da vida vai girar todos os dias.
E todos os dias ficará a certeza de sermos navegantes em uma viagem findável, não-programável, não-rotulável, passiva de açoites e amores - que perdurem os últimos.
Que as memórias sejam as melhores.
E que os momentos ruins, amiúde, fiquem na poeira do esquecimento ativo.
Vivamos. E pelos que não o fazem mais, continuemos.

Esteja em paz, vó Oristalina. Você merecia descansar.
27-08-2010
Ankh

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Endo-Pensamento

Como convencer alguém de que o ato pensante possui alguma importância em sua vida acadêmica?

Lecionar é uma experiência única.
Aprendemos a aprender, a relevar, a ouvir e, na maioria das vezes, a abstrair.
Aprendemos que em certos momentos é necessário repreender.
E também vemos que certas repreensões demandam desculpas.
Tudo em favor de uma única e exclusiva proposta: mediar conhecimento.

E é engraçado falar nesse termo: Mediar, mediador.
Segundo o site animacorpus, mediador “é aquele que facilita entre estímulos e respostas, eficaz auto-regulador da própria conduta, instrumento de planificação da ação, rico e flexível procedimento de intercâmbio e comunicação.”

O professor não ensina.
O livro não ensina.
O filme, a foto, a música, a arte, a palavra, o grafismo, a linguagem não ensinam.
São todos apenas fatores mediadores de conhecimento.
O aprendizado só se dá quando o receptor da mensagem está disposto a alterar seu ponto de repouso em função do crescimento.

Se fôssemos mecânicos, seria fácil essa quebra de paradigmas: nada que uma reprogramação de comportamento não solucionasse.
Para os cabeças-duras, nada que um machado não resolva.
Aos pacifistas, como eu, resta o verbo afiado que nem sempre propaga a mensagem esperada.

Ankh
But we’re never gonna survive unless we get a little crazy.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Pessoa difícil
indivíduo cobrador.
Perfura com o verbo
qual ponta de faca que não chega pelas costas.
O peito à mostra
é que não esconde sua conduta
tal qual labuta
defende o que pensa com força excessiva.
Se torna remissiva:
Raiva e desgosto são resposta.
Não vira as costas
apesar do cansaço de tantas mãos que lhe vêm ao rosto
só não resta desgosto.
O resultado é bosta.
Cansa.