segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Entre amigos e pesares


Sinto saudades
Sentirei saudades.
Tudo na vida nasce, cresce, desvanece e morre.
Só consigo pensar em flores no comparativo.

A voracidade do objetivo primário em estar vivo
É objeto do luto ocidental mal resolvido
Da dificuldade em aceitar a impotência humana
- da realidade.

A todos os que vivem
Na memória, na história e no peito
Um dia espero ser digno da palavra em contrapartida.
Do respeito, do merecimento do apreço e das saudades.
Do valor do contato, das presenças.
Das pessoas mais próximas e da sutileza de olhares
Amigos: mãe, noiva e irmãos inclusos no pacote.

Da identificação.
Do conhecer além da mera visão simulada
Do paradoxo entre parecer e ser.

Sinto saudades.
Sentirei saudades.
Do respeito pelas opções difusas dos contextos alheios
Da dedicação a objetivos que vão além da mera vivência
Da admiração por insistir.

Gostaria de ser religioso para ter orado com mais afinco.
Gostaria de acreditar que eu poderia ter feito algo mais.
Sinto saudades.
Sentirei saudades.

Não encontro palavras.
Não há palavras.

Ankh
14-09-2009
Tentei escrever, mas soava cada vez mais egoísta.
Descanse em paz, Melody.

2 comentários:

Unknown disse...

Nada do que fizer o dizer vai amenizar a dor, mas na tentativa de confortar o coração do peito amigo... compartilho do luto como ultima homenagem.

Amuná Djapá disse...

belo texto.... dificil descrever essas coisas, dificil comentar aqui.. força ankh